Segunda-feira, 20 Outubro 2025

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Cabo Verde: o país inviável que virou exemplo de democracia e desenvolvimento

Cabo Verde passou de um “pequeno país pobre e periférico” e considerado inviável em 1975 para uma nação modelo em democracia e desenvolvimento humano. Esta transformação extraordinária foi destaca pelo trio de figuras históricas do processo de independência que participaram na conversa alargada que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) promoveu ontem, 30 de junho, para assinalar os 50 anos das eleições constituintes. 

Vera Duarte, que integrou a Comissão de Recenseamento em 1975, sublinha a evolução do país. “Cabo Verde era um país que integrava o grupo dos países menos avançados do mundo. Passados 50 anos, conseguimos não só sobreviver, como somos agora um país de desenvolvimento médio-alto”, disse a jurista.

Por seu turno, o comandante Pedro Pires, deputado constituinte na altura, em entrevista à imprensa recordou os sentimentos contraditórios do momento histórico, e alertou para a necessidade de transmitir a memória histórica às novas gerações. “Havia um misto de sentimentos. O primeiro é de ter realizado um objetivo, que era a independência de Cabo Verde e a fundação do Estado”, explicou Pires. 

“O nosso esforço vai no sentido de que as pessoas não se esqueçam do marco e não se esqueçam do combate que foi feito”, afirmou o antigo primeiro ministro e presidente da República, lembrando que a independência “não é o fim da luta, é o início”.

A estabilidade democrática surge como um dos principais legados deste meio século. João Pereira Silva, deputado eleito em 1975 pelo círculo da Boa Vista, destaca que o país consegue “realizar eleições, resolver conflitos e anunciar vencedores mesmo com margens mínimas, sem grandes contestações ou manifestações de rua”, o que contrasta com a realidade da maioria  dos países da África.

“Basta olharmos para outros países onde há suspeitas sobre a atuação das comissões eleitorais. Nessas situações, vemos contestação permanente, morosidade na proclamação dos resultados e desconfiança generalizada”, comparou João Pereira Silva.

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