
Cabo Verde ocupa o 30.º lugar no Índice Global de Paridade de Género 2025, consolidando-se como o segundo país da África Subsariana melhor classificado, ultrapassando países como Portugal (34.º) e Brasil (72.º), segundo relatório divulgado hoje pelo Fórum Económico Mundial.
O estudo avalia 148 economias globais com base em quatro dimensões fundamentais: participação económica, empoderamento político, educação e saúde. Cabo Verde destaca-se particularmente pelo seu desempenho equilibrado nestas áreas, mantendo uma trajetória de progresso constante na redução das desigualdades entre homens e mulheres.
Com uma pontuação global de 68,8% da lacuna de género fechada, o índice revela que o país está significativamente à frente da média da região africana, que se situa nos 68,0%. Dentro do espaço subsariano, apenas a Namíbia, em 8.º lugar global, supera Cabo Verde.
A edição de 2025 do índice revela que, embora o mundo tenha feito progressos na igualdade de género com um aumento médio de 0,4 pontos percentuais em relação a 2024, nenhuma economia atingiu ainda a paridade total. A Islândia, pelo 16.º ano consecutivo, lidera o ranking com 92,6% da lacuna de género encerrada.
No contexto africano, a África Subsariana mostra sinais de melhoria, sobretudo nas áreas de participação económica e educação. Cabo Verde, com políticas públicas focadas na inclusão e equidade, surge como um exemplo regional de boas práticas.
Apesar dos avanços, o relatório sublinha que as maiores disparidades persistem nas dimensões de empoderamento político (apenas 22,9% da lacuna fechada globalmente) e de participação económica (61%). Embora Cabo Verde tenha registado melhorias nestas áreas, a representação feminina em cargos de liderança e a igualdade salarial ainda representam desafios significativos.
A ascensão de Cabo Verde no índice reflete esforços contínuos do Estado, da sociedade civil e de parceiros internacionais na promoção da equidade de género, incluindo programas de empoderamento feminino, combate à violência baseada no género e incentivo à participação política das mulheres.
O índice destaca também que, se o ritmo atual se mantiver, o mundo levará 123 anos para alcançar a paridade total, e mais de 135 anos para eliminar as disparidades económicas. No caso do empoderamento político, a previsão é ainda mais longa: 162 anos.
Ao manter-se entre os países com melhor desempenho na África e no mundo lusófono, Cabo Verde reforça a sua imagem como referência em igualdade de género, sendo também um dos poucos países africanos com elevada taxa de escolarização feminina e crescente participação das mulheres na vida pública.
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