A economia de Cabo Verde está a recuperar bem, mas, para que esta prosperidade seja “duradoura e inclusiva” são necessárias “reformas ousadas”, que passam, entre outras, pelo apoio à “participação económica das mulheres”, diz em comunicado de imprensa divulgado esta semana a representante Residente do Banco Mundial em Cabo Verde, Indira Campos, na sequência da divulgação do relatório da instituição intitulado “Desbloquear o Potencial Económico das Mulheres”.
A economia de Cabo Verde continua numa trajetória sólida de recuperação, segundo a mais recente edição da Atualização Económica de Cabo Verde 2025 do Grupo Banco Mundial, e o PIB real do país cresceu 7,3% em 2024, impulsionado por uma forte atividade turística e por uma recuperação moderada da agricultura.
Mas, para que o crescimento seja sustentado e inclusivo, o BM recomenda uma série de reformas estruturais na secção dedicada à valorização do potencial económico das mulheres, realçando a necessidade urgente de implementar políticas que assegurem um crescimento inclusivo. É que, apesar dos progressos nas áreas da educação e da saúde, as mulheres cabo-verdianas continuam a enfrentar barreiras no mercado de trabalho.
O BM aconselha Cabo Verde a alargar o acesso a serviços de cuidados infantis e regimes de trabalho flexível e capacitar as mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) e no ensino técnico e na formação profissional. Paralelamente, o país deve continuar a combater a discriminação no local de trabalho e a transformar as normas sociais.
Levando a cabo estas reformas, lê-se no relatório, Cabo Verde poderá ver o o seu PIB crescer até 12,2% a longo prazo. “Ao alinhar os esforços de reforma com políticas inclusivas, Cabo Verde tem uma oportunidade única para reforçar a resiliência, capacitar mais cidadãos – especialmente mulheres – e construir um futuro mais sustentável e mais justo”, afirma Anna Carlotta Massingue, economista sénior do BM para Cabo Verde.
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