Freskinhe Freskinhe

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, revelou em conferência de imprensa que o montante permitirá uma intervenção célere em infraestruturas rodoviárias, urbanas, habitacionais, edifícios públicos e instalações hidroagrícolas nos concelhos afetados pelas intempéries.

Os fundos resultam de uma realocação solicitada pelo Executivo ao Banco Mundial, provenientes do Projeto Turismo Resiliente e Desenvolvimento da Economia Azul. O valor corresponde a aproximadamente 50% do orçamento total necessário, estimado em 2,2 milhões de contos.

O responsável governamental sublinhou que a carteira de projetos do Banco Mundial no arquipélago ultrapassa atualmente os 200 milhões de dólares, distribuídos por praticamente todos os setores da economia nacional.

Apoio orçamental adicional de 15 milhões

Paralelamente ao financiamento de emergência, foi aprovado um apoio orçamental de 15 milhões de dólares para reforçar a resiliência orçamental e macro-fiscal do país. O governante esclarece que este montante destina-se a apoiar reformas estruturais em áreas como a transição digital, a transição energética, a diversificação económica e a inclusão social, com particular atenção à igualdade de género.

“Esta agenda de edificação de uma nação digital tem tido apoio do Banco Mundial e tem tido um efeito transformador”, afirmou Olavo Correia, que destacou ainda o processo de transição energética em curso. O governante defendeu a necessidade de o país dispor de energia mais limpa, mais barata e com produção contínua e de maior qualidade.

O ministro das Finanças precisou que se trata de um empréstimo concessional, com taxa de juro inferior a 1% e prazo de 40 anos, ajustado às necessidades e à capacidade financeira cabo-verdiana.

Perdas estimadas em quase 100 milhões de dólares

A diretora do Banco Mundial para Cabo Verde, Keiko Miwa, afirmou que os acontecimentos que atingiram Santiago Norte demonstram as vulnerabilidades estruturais e climáticas do arquipélago, e reforçou a necessidade de fortalecer a resiliência das infra-estruturas, das comunidades e dos mecanismos de prevenção de catástrofes.

Segundo uma avaliação pós-desastre, as necessidades totais de recuperação ascendem a cerca de 100 milhões de dólares, o que corresponde a aproximadamente 1,5% do Produto Interno Bruto nacional. A responsável destacou a resposta rápida da instituição financeira, que ativou mecanismos de emergência para mobilizar recursos imediatos.