
A Câmara Municipal da Praia suspendeu esta sexta-feira, 12, todos os seus serviços, incluindo recolha de lixo, atendimento ao público, funcionamento de mercados e manutenção de jardins, alegando razões de segurança após uma intervenção da Procuradoria-Geral da República (PGR) nas instalações municipais.
Em declaração pública nas redes sociais, o presidente da CMP e líder do PAICV, Francisco Carvalho, afirmou que a suspensão imediata das atividades visa “proteger os trabalhadores e garantir a segurança de todos”, sublinhando que o edifício municipal foi alvo de uma operação da Procuradoria-Geral da República, acompanhada pela polícia.
“Estamos a suspender os serviços da Câmara Municipal da Praia no dia de hoje, com o objetivo de garantir a segurança dos munícipes e dos funcionários da Câmara. Neste momento, e em mais um ato que consideramos arbitrário, a Procuradoria-Geral da República, acompanhada pela polícia armada, entrou nas instalações da sede do município”, afirmou o autarca.
Francisco Carvalho acusou ainda a PGR de atuar sob influência política, afirmando que a intervenção constitui uma tentativa de impor “uma vontade política ao nível do município da Praia”. O presidente da câmara associou a operação à lógica do “custe o que custar”, numa aparente referência ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
“Por razão de segurança dos trabalhadores, tivemos de suspender todo o trabalho a nível da Câmara Municipal”, declarou Francisco Carvalho, acrescentando que os serviços só serão retomados quando a situação estiver “clarificada”.
O autarca apelou à “paz e serenidade” por parte dos funcionários municipais e pediu compreensão aos munícipes da Praia perante a paralisação dos serviços essenciais que afeta diretamente o quotidiano da população da capital.
Na sua declaração, Francisco Carvalho lamentou o que classificou como “utilização dos órgãos institucionais por motivações políticas”, afirmando que situações similares já ocorreram no passado, mas que “não conseguiram travar o nosso trabalho em prol da população”.
“A lógica do ‘custe o que custar’ desconsidera os prejuízos causados aos cidadãos, desde que sirva para atingir determinados objetivos. Ainda assim, seguimos firmes, na defesa do que é justo, correto e do interesse público”, concluiu o presidente da Câmara Municipal da Praia.
A suspensão dos serviços municipais afeta diretamente milhares de munícipes que dependem dos serviços prestados pela autarquia, incluindo a recolha de resíduos sólidos, o funcionamento dos mercados municipais e outros serviços essenciais ao funcionamento da cidade.
Até ao momento, não há informação oficial da Procuradoria-Geral da República sobre a natureza da intervenção realizada nas instalações da Câmara Municipal da Praia.












































