
“A diáspora cabo-verdiana constitui muito mais do que um fenómeno migratório, é um movimento vivo de preservação e difusão da identidade cultural nacional no plano internacional”. Esta é a convicção do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, reafirmada hoje, 15, durante o painel “Diáspora Cabo-verdiana – Cultura e Identidade”, no âmbito do Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos.
Segundo o governante, enquanto Cabo Verde enfrenta os desafios do século XXI, são os seus filhos espalhados pelo mundo que mantêm acesa a chama da identidade nacional. Através da música, da gastronomia, da língua e de uma cidadania “bicultural”, a diáspora funciona como embaixadora permanente da cultura cabo-verdiana.
De acordo com o ministro Veiga, as associações culturais e comunitárias assumem papel crucial na preservação das raízes cabo-verdianas. Funcionam como centros vivos de transmissão de valores às novas gerações, designadamente na organização de eventos, cursos de crioulo, danças e atividades educativas que sustentam a memória coletiva cabo-verdiana.
Os desafios do tempo presente
Não obstante os pontos positivos, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas afirma que a assimilação cultural ameaça progressivamente a perda das tradições. Veiga considera que as barreiras linguísticas afastam as gerações mais novas do vínculo com as raízes. A discriminação nos países de acolhimento intensifica-se em diversas nações que acolhem cabo-verdianos, transformando a vida quotidiana num desafio permanente.
Mas a história não termina nos obstáculos. Augusto Veiga realça que a diáspora possui um papel fundamental na promoção da cultura crioula e na consciência negra, e revela-se igualmente determinante, posicionando-a como a maior difusora da cultura cabo-verdiana no mundo, “uma influência que transcende as fronteiras do arquipélago”.
Cultura como fundamento da identidade nacional
Antes de encerrar a sua intervenção, Augusto Veiga aproveitou o fórum para recordar a celebração do Dia Nacional de Cultura e de Comunidades, que se assinala a 18 de outubro. Uma data que, segundo o governante, configura o reconhecimento de que a cultura constitui o maior fator de união entre cabo-verdianos e o mais poderoso embaixador de Cabo Verde no plano internacional.
O Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos decorre até 17 de outubro sob o lema “Um Diálogo entre o País e a Diáspora”, cujo objetivo é debater, confrontar ideias e reafirmar compromissos com a preservação e promoção da cultura nacional.
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