
A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) acusa o conselho de administração da Radiotelevisão de Cabo Verde (RTC) de violar a liberdade de imprensa ao suspender a diretora da Televisão de Cabo Verde (TCV), Bernardina Ferreira, por 45 dias sem vencimento. A medida disciplinar foi anunciada na quinta-feira passada.
A AJOC reagiu com um comunicado onde classifica a punição como uma represália contra a jornalista. A organização liga a suspensão a duas decisões anteriores da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), datadas de agosto e setembro, que terão identificado ingerências do conselho de administração na linha editorial da estação pública.
O processo disciplinar que resultou na suspensão de Bernardina Ferreira remonta a meados de agosto. Para a AJOC, a sanção não representa um conflito interno de gestão, mas sim uma tentativa de controlar editorialmente a televisão pública, o que viola a legislação do setor.
A associação argumenta que a diretora da TCV se limitou a cumprir a lei ao defender a autonomia editorial da estação. O sindicato invoca o artigo 40.º da Lei da Televisão e as deliberações da ARC para sustentar que a decisão do conselho de administração é ilegal.
No comunicado, a associação revela ainda que um dos administradores da RTC, que é jornalista, não apoiou a decisão de suspender Bernardina Ferreira, interpretando este fato como um reconhecimento da irregularidade da medida.
Daí, o sindicato apela à intervenção urgente do Conselho Independente da Comunicação Social (CICS) e do Governo para repor a legalidade na RTC. Ademais, a associação sindical alerta que o silêncio das autoridades perante a situação equivale a cumplicidade com o que considera ser um ataque à democracia.


















































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