
O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, defendeu ontem, 22, que a economia criativa é uma ferramenta fundamental de construção nacional e não apenas uma estratégia económica. A posição foi assumida durante a sua intervenção no evento “Comércio Inclusivo e Economia Criativa”, no âmbito da 16ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que decorre em Genebra .
“Criar é também construir nação”, afirmou o governante ao apresentar a aposta estratégica de Cabo Verde em colocar a economia criativa no centro do seu desenvolvimento nacional. Na sua intervenção, o governante apresentou a decisão estratégica de Cabo Verde de colocar a economia criativa no centro da sua estratégia nacional de desenvolvimento, sublinhando que esta escolha é oportuna face ao contexto geográfico, cultural e económico único do país.
O ministro destacou que a economia criativa é um setor de alto valor acrescentado e baixo carbono, alinhado com as necessidades de desenvolvimento sustentável de Cabo Verde. “Como um pequeno estado insular em desenvolvimento com recursos naturais limitados, Cabo Verde não pode depender de indústrias extrativas. Em vez disso, ao investir na cultura, no turismo e na inovação digital, está a construir uma economia enraizada em ideias, identidade e talento, recursos abundantes e renováveis”, defendeu.
Augusto Veiga enfatizou o papel da economia criativa na diversificação das exportações cabo-verdianas. A música, a moda, o cinema e os conteúdos digitais têm potencial para alcançar mercados globais, reduzindo a dependência de setores tradicionais como a agricultura ou as remessas.
“O sucesso global dos artistas cabo-verdianos ajuda a elevar o perfil cultural do país, criando procura por produtos e experiências culturais, como festivais e turismo patrimonial”, exemplificou o ministro, acrescentando que a integração da inovação digital permite que empreendedores criativos superem o isolamento geográfico através de plataformas online.
O governante destacou ainda a sinergia entre cultura e turismo, afirmando que quando Cabo Verde se promove não apenas como destino de praia, mas como centro de ricas experiências culturais – música, gastronomia, história –, agrega valor ao produto turístico, prolonga a estadia dos visitantes e aumenta os gastos, estimulando o empreendedorismo local e a criação de empregos, especialmente para jovens e mulheres.
Para transformar o potencial criativo de Cabo Verde em valor exportável, o ministro defendeu políticas direcionadas e parcerias estratégicas a três níveis: interno, com reforço da propriedade intelectual, financiamento e educação; regional, através da CEDEAO e da ZCLCA para ampliar mercados; e internacional, com instituições como a UNESCO, UNCTAD, União Africana, UE e Banco Mundial, visando apoio técnico, financeiro e visibilidade global.
Augusto Veiga identificou o investimento na educação criativa e no desenvolvimento de competências, especialmente para os jovens, como a ação mais importante. “Sem uma base sólida de talentos dotados de habilidades artísticas e digitais, a economia criativa não pode prosperar”, alertou, defendendo a integração da criatividade, do empreendedorismo e da tecnologia nos sistemas nacionais de educação.
“Quando as pessoas, especialmente os jovens, são capacitadas para criar, inovar e acessar mercados, elas se tornam impulsionadoras do crescimento inclusivo. Isso não apenas gera empregos e exportações, mas também constrói confiança cultural e resiliência”, concluiu o ministro.













































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