Domingo, 06 Julho 2025

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50º Aniversário da Independência de Cabo Verde: presidente da República e da Assembleia Nacional conciliadores nos discursos

O Presidente da República, José Maria Neves, e o Presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, foram ambos conciliadores nos discursos que fizeram na sessão solene comemorativa do 50º aniversário da independência de Cabo Verde, pedindo que todos reconheçam o valor e os protagonistas da luta que tornou país livre e união entre os cabo-verdianos para, como povo, vencerem os vários desafios que a nação enfrenta hoje.

Austelino Correia começou por reconhecer Amílcar Cabral como o principal “arquiteto” da independência nacional. “Rendo-lhe uma distinta homenagem”, afirmou o Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, que, a seguir, frisou que “é importante não esquecermos o fio da nossa história”. Assim, também citou Pedro Pires e Carlos Veiga, reconhecendo o papel de cada um nos 50 anos de Cabo Verde livre. “Quando se fala de independência, vem-me à mente Pedro Pires, e quando se fala de democracia, Carlos Veiga”.

Para Austelino Correia os discursos dos líderes dos grupos parlamentares do MPD e do PAICV, e ainda do representante dos deputados da UCID refletem a “sensibilidade política de cada um”, mas também disse que “é indiscutível os ganhos alcançados nos 50 anos de independência de Cabo Verde”. O Presidente da Assembleia Nacional destacou vários ganhos, nomeadamente o crescimento económico de 7,2% alcançado no ano passado e os avanços no setor da Justiça, mas “isso não significa que tudo foi feito”, admitiu Correia, que falou dos muitos desafios que temos hoje.

Um desses desafios, lembrou Austelino Correia, são transportes inter-ilhas aéreos, e a solução, na opinião do líder do Parlamento cabo-verdiano, “deve ser desígnio nacional, e não arma de arremesso político”.

Gratidão e visão do futuro

O Presidente da República, José Maria Neves, por sua vez, pediu logo de início que “recordemos com gratidão os cabo-verdianos que nos garantiram a independência”, desde os Combatentes da Liberdade, mas também aqueles que, sem terem ido lutar nas matas da Guiné-Bissau contribuíram igualmente para que fossemos um povo livre, ou seja, os intelectuais, os artistas, os cidadãos anónimos.

Para o Chefe de Estado cabo-verdiano outro “capítulo transformador” na história de Cabo Verde livre foi “a transição para o regime democrático, que decorreu num quadro de transferência pacífica” e que faz de nós um caso de “transição exemplar”. Segundo José Maria Neves, mostrámos ao mundo, que nos considerava inviável, que “os recursos naturais não definem o destino de um país”. Somos resilientes por natureza, mas também fomos ajudados, disse ainda José Maria Neves, destacando o papel da Diáspora, que não só faz remessas de dinheiro, mas também de “ideias e de conhecimento”.

Igualmente fundamental, disse o Presidente da República, foram e continuam a ser os parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde, com quem “a cooperação passou de ajuda para parceria estratégica. Hoje, somos uma das democracias mais bem-sucedidas graças à nossa “estabilidade política” e à “transparência na gestão de recursos públicos”, entre outros marcos. Mas, para avançar, alertou José Maria Neves, “precisamos da mesma ousadia dos nossos antecessores” e de “políticas mais consistentes” e ainda de “confiança entre os atores políticos, mais eficiência na execução e mais eficácia nos resultados. “Consensos sobre as reformas estruturais são cruciais”, defendeu o Presidente da República.

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