Sábado, 19 Abril 2025

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11ª edição do Festival do Café do Fogo já tem data

O concelho dos Mosteiros prepara-se para acolher, entre os dias 25 e 27 de abril, a 11ª edição do Festival do Café do Fogo (FCF), uma iniciativa da Câmara Municipal daquele município, para celebrar a colheita do emblemático café.

Este ano, o FCF contará com a participação de meia dúzia de municípios estrangeiros com os quais Mosteiros mantém relações de geminação, e está ainda em aberto a possibilidade de contar com representantes da América Latina, reforçando o caráter internacional do evento.

Desde a sua institucionalização, em 2014, o Festival tem-se afirmado como um espaço de homenagem a todos aqueles que contribuem para a produção e valorização do café em Mosteiros, numa época que coincide com o final da colheita do grão no concelho.

O programa do Fogo Coffee Fest 2025 incluirá diversas atividades culturais e desportivas, concursos, feiras e conferências, reunindo produtores, artistas, especialistas e visitantes em torno do café e da cultura que o envolve.

11 anos de FCF pôs café do Fogo outra vez no mapa nacional e internacional 

O Festival do Café do Fogo foi institucionalizado em 2014 como forma de valorizar e promover aquele que é um dos melhores cafés do mundo, bem como homenagear todos quantos têm contribuído para a afirmação da cafeicultura no concelho.

A introdução do café na ilha do Fogo terá ocorrido no século XVIII, aquando da instalação do morgadio de Monte Queimado no concelho dos Mosteiros, pelo seu primeiro proprietário, Pedro Fidalgo de Andrade. A espécie coffea arábica é produzida há cerca de 200 anos, numa altitude que varia entre os 350 e os 1300 metros. 

“Aqui, em solos vulcânicos, abençoados por microclimas especiais, o café é cultivado em matéria orgânica rica, sem nenhum recurso a maquinarias e, até então, regado apenas pelas chuvas, que em Cabo Verde são inconstantes”, diz a Câmara Municipal de Mosteiros (CMM) no seu site na internet. 

O café do Fogo é 100% biológico, facto que faz dele um café especial. “Não é de estranhar que tenha tanta fama, apesar de ser produzido em pequena quantidade”, alega a CMM. A maior propriedade unificada de produção do café do Fogo é a de Monte Queimado. Morgadio que perdura há seis gerações e que se mantém numa propriedade indivisa por mais de 80 co-herdeiros.

É a partir destas terras nos Mosteiros que o café de Cabo Verde começou a ganhar fama, sendo contemplado com prémios internacionais. Em 1917 e em 1918 foi distinguido na exposição agrícola da Praia. A fama galgou terras lusas, destacando-se em colónias portuguesas como Angola, Brasil, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Em 1934, o café do Fogo foi medalha de ouro da Exposição Colonial no Porto, sendo considerado o melhor café do império português. Por esta altura já era um dos produtos ultramarinos com maior influência na Balança Comercial do país. Em 1954, outra distinção. Agora na grande exposição da Índia portuguesa.

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