A apresentação encerra um ciclo de celebrações nacionais que começou em abril, em Mindelo, passou pela Praia em julho e conclui agora no Sal, percorrendo o arquipélago numa evocação da história e das conquistas do país ao longo de cinco décadas de liberdade.
Dirigida por Ricardo Iniesta, a produção da Atalaya adapta o clássico espanhol La Celestina numa leitura contemporânea que explora temas como o amor, o poder, o desejo e a solidão. A encenação resulta de 140 ensaios e condensou o texto original a um sexto da sua extensão, preservando os monólogos centrais e reforçando o carácter crítico da narrativa.
O espetáculo segue os princípios do Teatro da Crueldade de Antonin Artaud, com o elenco permanentemente em cena e música tradicional dos Balcãs, do sul de Itália e da Galícia.
Entre os reconhecimentos internacionais, a peça conquistou o prémio de Melhor Espetáculo Internacional no Festival de Teatro de Madrid e o Prémio de Excelência Cénica no Festival de Artes de Mindelo. A crítica especializada elogiou a produção como uma “montagem corajosa, sábia e imaginativa”, segundo o jornal chileno El Mercurio, enquanto o ABC de Toledo classificou o trabalho como um “espetáculo total, dramaturgia excelente e iluminação antológica”.
O evento integra o programa nacional de comemorações dos 50 anos da Independência, que incluiu ao longo de 2025 diversas ações culturais, institucionais e educativas em todo o território cabo-verdiano.