O trabalho debruça-se sobre os 18 anos de funcionamento do campo de concentração criado pelo regime salazarista. Os autores procuram explicar porque foi escolhido o Tarrafal, no concelho de Santiago, para instalar a prisão e como era o dia a dia dos reclusos que ali estiveram.
A apresentação será feita por José Pedro Nunes Soares. Durante o evento, estarão expostas fotografias do fotojornalista António Cotrim sobre o campo de concentração, na oportunidade, as imagens podem ser adquiridas pelo público e a receita reverte para o Centro Social 6 de Maio.
Desmistificar a imagem do Tarrafal
Os autores pretendem desmistificar a imagem negativa do concelho do Tarrafal, divulgada pelos presos políticos que descreveram o local como “o pior dos piores sítios de Cabo Verde”. O livro defende que o Tarrafal foi e continua a ser um dos melhores lugares da maior ilha cabo-verdiana, escolhido por Salazar precisamente pelas suas condições naturais.
A obra está dividida em seis partes e aborda temas como a conjuntura política e social portuguesa na época salazarista, o quotidiano prisional, incluindo as condições de habitabilidade, a falta de assistência médica, o regime alimentar, os maus-tratos e os castigos, e as circunstâncias que levaram ao encerramento do campo em 1954.
Proposta de reabilitação
Além da componente histórica, o trabalho apresenta uma proposta para a reabilitação urbana do ex-campo de concentração, hoje transformado em Museu da Resistência. Os autores sugerem formas de potencializar o espaço e convertê-lo num ponto de referência para o município, cujo objetivo é dinamizar a atividade económica local e promover a sua valorização enquanto património cultural.
O livro pretende servir como base para o estudo do concelho do Tarrafal de Santiago e da sua importância para o desenvolvimento de Cabo Verde, tendo em conta o seu valor cultural, turístico e político.
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