“Nome” é um drama que revisita a memória da Guerra Colonial e a juventude de Sana na luta contra o exército português. Com estreia no Festival de Cannes, 2023, esta obra, é uma abordagem poética e ficcional acompanhada por imagens de arquivo da época.
Além de outros momentos, esta longa-metragem testemunha a missão de Amílcar Cabral e o PAIGC ao enviar jovens para estudar em Cuba e, mais tarde, regressar para filmar a história do seu país e apoiar o seu desenvolvimento.
O realizador
Sana Na N’Hada nasceu em 1950 em Enxalé, Guiné-Bissau, e tornou-se uma figura central do cinema bissau-guineense, sendo considerado “o primeiro realizador da história do cinema bissau-guineense”.
O seu percurso cinematográfico iniciou-se por influência de Amílcar Cabral (1924-1973), um dos pensadores centrais da independência dos países africanos. Em 1967, juntamente com Flora Gomes, Josefina Lopes Crato e José Bolama, foi estudar no Instituto de Artes e Indústrias Cinematográficas de Cuba, onde permaneceu até 1973.
Ao regressar a Guiné-Bissau em 1972, ajudou a estabelecer o Instituto Nacional de Cinema (INCA). Em 1978, co-fundou oficialmente o Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual da Guiné-Bissau (INCA), do qual foi imediatamente eleito diretor, permanecendo no cargo até 1999, sob a tutela do Ministério da Informação e da Cultura.
Numa carreira cinematográfica que se estende por mais de quatro décadas, Sana testemunhou os melhores e piores momentos da Guiné-Bissau. A sua obra cinematográfica documenta a luta pela independência e os desenvolvimentos sociais e políticos do país.
Entre os seus trabalhos mais recentes destaca-se o filme “Nome” (2023), descrito como “um olhar investigativo e confrontacional sobre os movimentos revolucionários africanos, utilizando material de arquivo originalmente filmado por Sana Na N’Hada e os seus companheiros”.
Sana Na N’Hada representa uma figura fundamental na preservação da memória histórica da Guiné-Bissau através do cinema, documentando tanto a luta pela independência quanto os desafios do país no período pós-independência.
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