O nome do disco é um jogo de palavras entre independência e dança, remetendo ao retorno das danças proibidas durante o colonialismo e à abertura cultural que se seguiu. Segundo Mário Lúcio, “Independance” mergulha nas heranças deixadas pela colonização, evocando a liberdade conquistada e os contrastes sociais que persistem após os processos de libertação.
Durante o espetáculo, através de composições marcadas por ritmos africanos e elementos de dança tradicional, o artista revisita os primeiros dias da independência de Cabo Verde e de outros países lusófonos, propondo uma reflexão artística e musical sobre os caminhos da independência e os desafios do pós-colonialismo no continente africano.
Neste novo projeto, a proposta musical é festiva, mas carregada de significado, buscando valorizar a diversidade africana e destacar a importância da crioulização na identidade cabo-verdiana. Antes da apresentação na cidade da Praia, no Kriol Jazz Festival, Independance fez a festa em Lisboa, no clube noturno luso-africano, em Lisboa, B.Leza, no dia 8 de março, numa data que também homenageou o Dia Internacional da Mulher.
Mário Lucio, artista multifacetado
Cantor, compositor, escritor e ex-ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa nasceu em 1964, no Tarrafal, ilha de Santiago. Fundador do grupo Simentera, destacou-se pela defesa das raízes culturais de Cabo Verde e pela promoção da música como ferramenta de transformação social.
Com uma carreira marcada pelo compromisso com a identidade africana, Mário Lúcio continua a ser uma das vozes mais influentes da cultura cabo-verdiana contemporânea, tendo colaborado com artistas como Cesária Évora, Gilberto Gil, Mayra Andrade, Milton Nascimento e Paulinho da Viola. Na literatura, é autor de obras premiadas como Novíssimo Testamento e Biografia do Língua.
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