O lançamento decorreu na Associação Cabo-verdiana de Lisboa (ACL), com a participação de Teresa Oliveira e Alexandre Faria, que partilharam leituras e análises do livro perante uma audiência atenta da comunidade.
O júri do Prémio Carlos de Oliveira destacou a capacidade do autor em reconstruir o universo social e metafísico africano, elogiando a densidade narrativa e o rigor da escrita. A obra foi classificada como uma leitura envolvente, marcada por uma linguagem rica e precisa que dá vida às personagens de forma autêntica.
Em entrevista à Inforpress, Henrique Levy revelou que o romance conta a história de Dódóia, diminutivo de Maria das Dores, uma mulher cabo-verdiana cuja vida foi marcada por adversidades, mas que, através da sua inteligência e determinação, conseguiu mudar o seu destino e conquistar um lugar de relevo na comunidade.
“Esta é a história de uma mulher cabo-verdiana, através da qual presto homenagem a todas as mulheres cabo-verdianas, tanto da época colonial como pós-colonial. O livro é uma homenagem à mulher cabo-verdiana, ao povo de Cabo Verde e à sua cultura ancestral”, declarou o escritor.
O título da obra carrega um simbolismo profundo: os pássaros representam o voo rumo à liberdade, tanto da protagonista como do próprio povo cabo-verdiano.
Henrique Levy já havia conquistado o Prémio Natália Correia em 2022 com o romance “Vinte e Sete Cartas de Artemísia”. Para além da escrita, é coordenador da N9na Poesia, onde tem contribuído para a promoção e curadoria da poesia açoriana.
No seu percurso literário destacam-se títulos como “Bento de Goes – uma longa caminhada na Ásia Central” (2023), “Memórias de Madre Aliviada da Cruz” (2021), “Segredo da Visita Régia aos Açores” (2020) e “Maria Bettencourt: diários de uma mulher singular” (2019).
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