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A distinção foi entregue pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia  e Silva, que destacou o percurso da escritora e a sua contribuição não apenas enquanto autora, mas também como promotora da leitura e do livro no país. “Reconhecimento, gratidão por todo o seu percurso e a coincidência de estarmos a fazer esta homenagem na comemoração aos 50 Anos de Cabo Verde Independente”, afirmou o chefe do Governo.

Uma Voz Feminina na Literatura Cabo-verdiana

Dina Salústio representa uma das vozes mais importantes da literatura feminina cabo-verdiana, num país onde, como ela própria recordou, “até 1975 não tínhamos nenhuma mulher com livro editado em Cabo Verde”. A autora destacou que foi necessário que viesse a independência para dar “igualdade de direitos e sobretudo de oportunidades” às mulheres escritoras.

“Nós lutamos para ter oportunidades. Para ter acesso às oportunidades. Obrigada Cabo Verde”, declarou a escritora, emocionada, durante o seu discurso de agradecimento na cerimónia.

A presidente do Instituto da Biblioteca Nacional, Matilde Santos, sublinhou que foi “uma inefável honra e um invencível privilégio trabalhar na preparação desta meritíssima homenagem” à escritora, elogiando a sua “projeção nacional e internacional”.

Mensagem aos Jovens

Durante a sua intervenção, Dina Salústio dirigiu uma mensagem motivadora aos jovens presentes: “Eu quero dizer-lhes que para a gente receber prémios, homenagens, reconhecimento, é preciso trabalhar, estudar, ter a ambição de serem os melhores alunos da vossa classe. Não ser o suficiente.”

A escritora partilhou ainda uma reflexão poética sobre a sua relação com a literatura, declarando: “Eu sou feita de letras. De todas as letras que se juntam em ideias. E dão nomes a quem eu sou.”

Feira do Livro em Contexto Histórico

A Grande Feira do Livro de Cabo Verde, que decorre até 13 de julho sob o lema “Diálogos Literários”, enquadra-se nas comemorações dos 50 anos da Independência Nacional. O evento, que regressou em 2024 após uma década de interregno, conta com o apoio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

A presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, presente na cerimónia, destacou que “é com justo orgulho que celebramos o reconhecimento, ao mais alto nível, de dois dos seus escritores maiores com o Prémio Camões: Arménio Silva, em 2009, e Germana Almeida, em 2018”.