Navegando por livros, telas, palcos e muito mais

A obra revisita a vida e o legado do líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, e procura contribuir com dados novos para uma melhor compreensão da figura de Cabral.

A apresentação fica a cargo de Álvaro Nobrega, docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, numa iniciativa conjunta entre o autor, a editora e o CCCV. Daniel dos Santos, que construiu uma carreira sólida como jornalista e assessor de imprensa antes de se dedicar à investigação académica, propõe-se narrar “o mais objetivamente possível” a trajetória de Amílcar Cabral.

O ensaio não pretende esgotar todas as facetas da vida do líder independentista, mas antes inscrever-se num “modesto esforço orientado para revisitar” Cabral, que embora tivesse vivido pouco tempo em Cabo Verde, ocupa um locus importante na sua História, segundo explica o autor na sinopse da obra.

A investigação centra-se no percurso de um “homem que viveu numa época bastante conturbada tanto no então império colonial português como no mundo e que soube situar-se, agir e reagir de forma singular”.

A narrativa acompanha Cabral desde o nascimento em Bafatá, passando pelos estudos em Cabo Verde e Portugal, até ao brutal assassinato em Conacri, a 20 de janeiro de 1973, pelos próprios companheiros de armas.

 O autor contextualiza este percurso no quadro da Guerra Fria e das lutas pelo controlo do poder político-militar do PAIGC, e destaca-o como alguém que queria ser um simples africano, mas acabou por se tornar um “chefe de guerra carismático” em vez de ser um grande poeta e engenheiro como havia sonhado.

Sobre o autor

Daniel dos Santos, natural da Praia e formado em comunicação, jornalismo e ciência política em Portugal, é atualmente professor universitário e tem participado regularmente em debates e conferências sobre temas políticos e sociais da atualidade, tanto em Cabo Verde como em Portugal. A obra agora apresentada junta-se aos livros e artigos já publicados pelo investigador, e reforça o seu contributo para o pensamento crítico sobre a história dos países africanos de língua portuguesa.