Terça-feira, 13 Maio 2025

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Cláudio da Silva vence Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa

O angolano Cláudio Silva é o vencedor da 10ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, com o livro "Boi". O júri atribuiu, também, uma menção honrosa à obra “Depois que Deus morreu”, uma novela-ensaio da autoria da portuguesa Carla Pereira.

O júri do concurso, que integra o cabo-verdiano Germano Almeida, fundamentou que, de entre as obras que se candidataram a esta edição do Prémio, “Boi” foi “de longe” a melhor candidatura”: “Prosa faceta, consciência literária, domínio narrativo, ficcionalidade e ironia quanto ao que pode a literatura – a portuguesa e a instância crítica – há muito que faltava uma prosa assim, arrancada à melhor dicção de mestres como Rúben A., Luiz Pacheco, Manuel da Silva Ramos. Exemplo: a abertura do livro, a dinamitação do projecto-livro, a suspeita de que o literário é um campo minado”.

No que respeita à obra “Depois que Deus morreu”, o júri declarou que se trata de uma narrativa “poderosa, intimista e medidativa, com personagens, poucas, cujas linhas de acção ora parecem acontecer numa realidade de facto, ora numa outra realidade paralela, metafísica” e “um caso feliz de construção bem montada e breve de uma narrativa aguda, nem conto, nem novela”.

Lançamento de “O Boi”

O lançamento de “O Boi” vai acontecer no dia 21 de junho, durante a Feira do Livro de Lisboa. Cláudio da Silva afirmou no ato que o confirmou como o vencedor do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, ocorrido no dia 5 de maio, no Palácio Galveias, em Lisboa, é “uma espécie de investigação policial, em busca de um autor fantasma”. E intitulou-a “Boi” porque é um animal mítico”.

Prémio em expansão

A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), criadora do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, diz em nota de imprensa que “a capacidade de atração do Prémio continua a expandir-se, abrangendo participantes de diversos continentes”.

Na 10ª edição, foram 14 os países de residência dos candidatos. Além dos países de língua oficial portuguesa, a organização recebeu obras em língua portuguesa da Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália e Suíça e Austrália. Foram 249 candidaturas, mantendo-se o Brasil como o país com o maior número de candidaturas, seguido por Portugal e Moçambique.

Segundo a UCCLA, “com estes números, o Prémio de Revelação Literária UCCLA-CML reforça a sua importância como um promotor da descoberta de novos talentos, promovendo a diversidade cultural e a literatura em língua portuguesa a nível global”.

É um concurso que, diz ainda a UCLLA, tem estado a “incentivar a escrita entre os jovens – 42% dos participantes têm menos de 40 anos -, enquanto promove o diálogo intergeracional, com escritores seniores entre os 70 e os 80 anos”. Quanto à representatividade de género, as mulheres correspondem a 32% dos concorrentes, à semelhança da edição anterior, reiterando o crescimento gradual da participação feminina”.

Criado em 2015, juntamente com o Movimento (2014) 800 Anos da Língua Portuguesa, o Prémio conta com a parceria da editora Guerra e Paz, que se responsabiliza pela edição da obra premiada, e da Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Festival Literário de Lisboa ‐ 5L.

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