O Centro de Formação da Polícia Judiciária acolheu esta terça-feira, 9, a cerimónia oficial de abertura da Formação Nacional em Armas de Fogo, uma iniciativa promovida em articulação com o Gabinete da INTERPOL em Cabo Verde, enquadrada no projeto CRIMJUST, financiado pela União Europeia e implementado pelo ONUDC.
Segundo a nota oficial da PJ, a formação visa reforçar as capacidades nacionais no combate ao tráfico ilícito de armas e ao crime organizado transnacional, estando a cargo dos especialistas da INTERPOL Joaquim Rodrigues, Coordenador do Programa de Armas de Fogo, e Line Haidar, Oficial de Armas de Fogo.
Na abertura da sessão, o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária, Silvino da Veiga, destacou a pertinência da formação face à atual conjuntura criminal. Segundo afirmou, no contexto nacional há sinais preocupantes de proliferação de armas de fogo de diversos calibres que alimentam redes criminosas e potenciam a violência urbana, sendo que o fenómeno tem ganho novos contornos e maior sofisticação face à criminalidade tradicional.
Silvino da Veiga sublinhou ainda que a Polícia Judiciária permanece firmemente empenhada no combate à criminalidade organizada, realçando que iniciativas como esta contribuem para o aumento da capacidade de investigação, o reforço da cooperação nacional e internacional e o fortalecimento da resposta institucional ao tráfico ilícito de armas.
Por sua vez, o diretor do CFPJ, Agostinho Semedo, felicitou a INTERPOL pela iniciativa e sublinhou a atualidade e relevância da temática. O responsável alertou também para o aumento do fabrico de armas artesanais, conhecidas por “boca bedjo”, responsáveis por grande parte dos homicídios registados no país, destacando a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e a capacitação técnica dos profissionais.
À margem da formação, o especialista da INTERPOL Joaquim Rodrigues destacou a forte componente prática e tecnológica do programa, afirmando que a formação promoverá uma troca de experiências entre formadores e formandos, com simulação de situações reais para potenciar o uso da plataforma europeia de registo de armas perdidas ou roubadas, uma ferramenta essencial para o trabalho diário.
Presente na sessão de abertura, o Primeiro Conselheiro da Delegação da União Europeia em Cabo Verde, Sacha Egard, salientou que esta formação integra a longa parceria especial entre Cabo Verde e a União Europeia, sublinhando o apoio europeu a projetos estruturantes na área da segurança.
A formação conta com a participação de elementos da Polícia Judiciária, nomeadamente da Investigação Criminal, do Laboratório de Polícia Científica e da Polícia Técnica, bem como de efetivos da Direção Central de Investigação Criminal da Polícia Nacional.