Jorge Michel Ramos, jovem empreendedor da ilha da Boa Vista, está a participar na primeira Feira Internacional da Gastronomia de Cabo Verde, no âmbito da I Semana Internacional da Gastronomia Cabo-verdiana, a decorrer na FIC, cidade da Praia. Em conversa com o nosso jornal, partilhou a sua experiência no evento e a história do seu negócio familiar, centrado na produção artesanal de queijos típicos da ilha.
Por: Any Gomes (estagiária)
O convite para participar na feira surgiu através da organização dos Chefs de Cabo Verde, que contatou a sua mãe, Dona Constantina, para representar a família e os seus produtos na feira gastronómica. “Infelizmente, a minha mãe não conseguiu estar presente, mas eu vim em nome da família, da estrutura e da nossa produção”, explica Jorge Michel Ramos.
Na FIC, Jorge apresenta a marca Queijo Donatina, que inclui o tradicional queijo de bico (coalho e sal), mas também novas versões temperadas, com picante e ervas, que, segundo o jovem, têm conquistado os clientes. “Este queijo temperado tem sido o nosso maior sucesso. Quem prova, compra. Temos dificuldade em manter stock, porque vendemos tudo rapidamente”, afirma, orgulhoso do feito.
O projeto, conta Jorge, tem raízes profundas na sua família. “A ideia vem de gerações. A minha avó fazia queijo, depois o meu pai continuou com a criação de gado. Mais tarde, a minha mãe participou num concurso de queijos da Boa Vista, onde ficou em quarto lugar entre grandes mestres do queijo. Isso motivou-nos a melhorar, a investir, a licenciar a produção para que o nosso produto pudesse chegar a restaurantes, hotéis e mais clientes”, conta o empreendedor.
Além da produção e venda de queijos, a família também dinamiza um bar típico no interior da ilha, onde o queijo Donatina é servido aos visitantes, juntamente com bebidas e outros petiscos. “É um sítio que atrai pessoas, que já procuram o nosso queijo, provam e gostam. Isso ajuda a valorizar a nossa terra e a nossa tradição”, diz Jorge Michel Ramos.
Esta é a primeira vez que participa na FIC, mas já levou os seus produtos a outras feiras, como a URDI (Feira de Artesanato e Design) e eventos organizados pelo Ministério da Agricultura e pela Câmara Municipal da Boa Vista. “Na FIC é a primeira vez, e estou muito satisfeito com o convite e com a receção das pessoas ao nosso produto. Se continuarmos a melhorar, no próximo ano espero estar cá outra vez”, confidencia o jovem da Boa Vista.
Questionado sobre as vendas na feira, explicou que o objetivo principal é promover o produto e a ilha da Boa Vista. “Claro que queremos vender, mas o mais importante para nós é divulgar a marca, a nossa estrutura, a nossa criação e o nosso queijo. Quem prova, gosta e leva a boa impressão da nossa terra”, diz Jorge Michel Ramos, cuja presença na feira é um exemplo de como a gastronomia cabo-verdiana continua a evoluir, valorizando a tradição ao mesmo tempo que inova e se abre a novos sabores.
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