Empreender nas Ilhas

Segundo o comunicado da Câmara Municipal da Boa Vista, durante a missão, Alcides Morais irá dinamizar oficinas de cerâmica destinadas à comunidade cabo-verdiana residente na cidade, assim como a jovens e adultos de diferentes origens. O objetivo é promover a transmissão dos saberes tradicionais, o diálogo intercultural e a valorização da arte cerâmica da Boa Vista.

As oficinas integram a programação do projeto “À Volta do Barro”, uma iniciativa de cooperação cultural entre a artista luso-holandesa Anna Nunes e a Câmara Municipal da Boa Vista, que teve início em março de 2025 na ilha da Boa Vista. O projeto envolveu uma residência artística no Rabil, com a apresentação das peças na exposição “Aflorar: Terra em Memória”, realizada em Lisboa em junho, que contou com a presença do Presidente da República de Cabo Verde e da Diretora do Centro de Artes e Cultura (CAC).

Em Roterdão, Alcides Morais partilhará técnicas ancestrais e experiências criativas, representando a história e identidade da Boa Vista, e contribuindo para a projeção internacional da cerâmica tradicional cabo-verdiana. As suas oficinas permitirão que participantes de diversas origens tenham contacto direto com métodos de trabalho transmitidos de geração em geração na ilha.

A Vereadora da Cultura e Economia Criativa, Nádia Santos, acompanha a missão, que inclui visitas a espaços culturais relevantes, como o Verhalenhuis Belvédère, o FENIX Museum of Migration, a Casa Tibérias e o Monumento Alex da Silva. Estas visitas permitirão estabelecer contactos e recolher boas práticas para o desenvolvimento do setor criativo local.

Esta ação reforça a cooperação cultural e a valorização da tradição cerâmica da Boa Vista, promovendo novas parcerias artísticas e institucionais. A presença de Txita do Rabil em Roterdão não só divulga o património imaterial cabo-verdiano, como também fortalece os laços com a diáspora e abre portas para futuras colaborações internacionais. O projeto “À Volta do Barro” demonstra como a arte tradicional pode servir de ponte entre culturas, gerações e continentes, mantendo vivas as raízes enquanto se abraçam novas possibilidades de expressão e cooperação.