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Na conferência intitulada “A Inteligência Artificial e a Educação do Futuro”, com o subtema “Educação do Futuro em Cabo Verde: Inteligência Artificial como Oportunidade de Transformação”, Silvino Évora, docente Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes e presidente do Conselho Científico da Universidade de Cabo Verde, afirmou que, com a Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias, estamos a viver uma fase de transição na forma como o conhecimento é produzido e partilhado.

“Se antes tudo era escrito à mão, hoje basta dar um comando à IA e ela escreve por nós”, afirmou Silvino Évora, alertando para os riscos de uma dependência excessiva desta tecnologia, sobretudo entre os mais jovens, que podem ser vítimas daquilo que denominou de “analfabetismo disfuncional”, referindo-se à perda de capacidade criativa resultante da confiança excessiva nas máquinas.

Ainda assim, Évora, que também é vice-presidente da Federação Lusófona das Ciências da Comunicação (LUSOCOM), reconheceu as potencialidades da IA no campo da educação, sublinhando que se trata de uma ferramenta útil, prática e eficiente, desde que utilizada de forma responsável. “A Inteligência Artificial pode ajudar os professores na elaboração e correção de testes, além de permitir um acompanhamento mais preciso dos alunos”, acrescentou o docente universitário.

Por sua vez, o orador Lino Moniz, criador de aplicativos e softwares na área de ensino, afirmou que trazer o tema IA à discussão “permite refletir sobre a necessidade de adaptação das práticas pedagógicas e sensibilizar tanto as autoridades como a sociedade civil para a importância de preparar a comunidade educativa para esta nova era”.

Os alunos devem aprender a usar as ferramentas de IA o mais cedo possível, “para que no futuro, ao entrarem no mercado de trabalho, já estejam preparados para atenderem às demandas que o mundo corporativo está a adoptar, a nível da inteligência artificial”, considerou Lino Moniz, engenheiro informático de profissão. 

Ana Reis, coordenadora do pré-escolar da Câmara Municipal da Praia, explicou que a conferência foi organizada com o objetivo de ajudar os professores e estudantes a compreender melhor esta inovação tecnológica. “É importante debater o futuro da IA na educação, pois ela já está a provocar mudanças profundas. Devemos discutir os benefícios e os cuidados necessários para uma utilização consciente e eficaz desta ferramenta”, afirmou.

A conferência, que teve lugar na Sala do Munícipe do Paço do Concelho, foi bem recebida pelos participantes, entre os quais se encontravam professores, estudantes e profissionais da área da educação, que destacaram a relevância do tema e a importância de uma preparação adequada para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a Inteligência Artificial traz para o setor educativo em Cabo Verde.

Nota da Redação

Esta peça jornalística foi produzida com a colaboração da estagiária Any Gomes.