Desporto

O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa na Cidade da Praia. Os dois dirigentes asseguraram que a fusão resulta de um “sentido de responsabilidade” perante os desafios que Cabo Verde enfrenta, sobretudo a histórica participação no Mundial de 2026, a primeira da seleção nacional e a presença no CAN feminino, marcado para março do próximo ano, em Marrocos.

Semedo justificou a recandidatura com o atual contexto desportivo internacional, sublinhando a importância de manter uma liderança estável às portas de duas competições de grande relevância. “Analisámos toda a situação e entendemos que não seria prudente largar o barco. Por uma questão de responsabilidade, e por Cabo Verde, decidimos avançar com a candidatura”, afirmou.

O dirigente destacou ainda o gesto de Donnay ao abdicar da candidatura própria, considerando-o um ato de compromisso com o país e com o futebol cabo-verdiano. “Esse gesto tem um significado muito grande para mim”, disse Semedo, acrescentando que Donnay terá um papel de destaque no próximo Comité Executivo, pela experiência acumulada no dirigismo desportivo.

Por seu turno, Donnay frisou que a decisão de juntar forças resultou da necessidade de manter estabilidade institucional. “Achamos que o país está acima de Donnay. Não é momento para instabilidade ou para repetir erros que vimos noutras modalidades”, declarou, numa referência à crise recente vivida na Federação Cabo-verdiana de Basquetebol.

Donnay assegurou que as duas equipas irão trabalhar em conjunto num único projeto que coloca os interesses do futebol nacional no centro das prioridades. Semedo adiantou que o próximo Comité Executivo será composto por membros da atual direção e por novos quadros, escolhidos para responder às exigências internas e internacionais do futebol nacional. Entre as prioridades do mandato destacam-se a participação histórica no Mundial de 2026, a presença no CAN feminino, a continuidade do processo de qualificação para competições africanas e a implementação de novos projetos visando o fortalecimento e desenvolvimento do futebol cabo-verdiano.

A comissão eleitoral da FCF deverá anunciar nos próximos dias a data das eleições, que o presidente deseja que ocorram ainda este ano. Segundo Semedo, a FIFA mantém posição firme quanto ao cumprimento dos prazos, recusando prolongar o atual mandato.

O presidente da FCF, durante 16 anos numa primeira fase, Mário Semedo regressou ao cargo em 2017 após uma pausa de dois anos. Sob a sua gestão, Cabo Verde conquistou a Taça Amílcar Cabral em 2000, qualificou-se para o CAN em 2013, 2015, 2021 e 2024, e alcançou agora a primeira qualificação para um Campeonato do Mundo.