Sexta-feira, 23 Maio 2025

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Ibraima Sano apela a estratégia conjunta dos Pequenos Estados Insulares para enfrentar desafios comuns

O embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde, Ibraima Sano, apelou hoje à união dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento para enfrentarem coletivamente desafios como alterações climáticas e sustentabilidade financeira. A declaração foi feita durante o seu discurso na reunião de alto nível dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento da região do Atlântico, Oceano Índico e Mar do Sul da China (SIDS-AIS), que decorre hoje, 15, e amanhã,16, na cidade da Praia.

“Nós, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, devemos aproveitar as oportunidades que nos são oferecidas nos diversos quadros de cooperação bilateral, regional e internacional”, afirmou Sano, destacando que estes países estão “presos a um ciclo recorrente de crise e de recuperação lenta”, o que impede o seu progresso rumo ao desenvolvimento sustentável.

No seu discurso, o embaixador sublinhou a necessidade de se implementar um novo plano de ação para os SIDS, que possa garantir que as posições destes países estejam bem representadas na próxima conferência internacional. Destacou ainda três preocupações fundamentais: a adaptação às alterações climáticas, a gestão sustentável dos recursos e a sustentabilidade financeira para o desenvolvimento.

Relativamente à Guiné-Bissau, Sano identificou como principais obstáculos ao desenvolvimento a instabilidade política e governativa persistente e desafios sociais complexos, tais como a pobreza, a desigualdade e o analfabetismo. No entanto, ressalvou os esforços recentes do país na promoção da estabilidade política, exemplificados pelas últimas eleições legislativas, que decorreram sem contestações.

Sano considera ainda que é necessária a formalização de um mecanismo permanente de coordenação entre os Estados insulares como um fator fundamental para a defesa dos seus interesses nas plataformas multilaterais.

O embaixador Bissau guineense destacou ainda o impacto desproporcionado da crise climática nestes países. “A contribuição destes Estados para as emissões globais é mínima, mas suportam o maior fardo da crise climática”, alertou, acrescentando que as alterações climáticas representam uma ameaça existencial e contribuem para níveis de dívida insuportáveis.

A reunião ocorre num contexto de crescentes preocupações com o financiamento do desenvolvimento, uma vez que o crescimento económico destes países tem sido fortemente comprometido pelas restrições ao financiamento e encarecimento dos bens essenciais e dos combustíveis, segundo o diplomata.

“A Guiné-Bissau reafirmou o seu compromisso com a cooperação entre os pequenos Estados insulares, esperando que esta reunião constitua uma oportunidade para reforçar os laços e garantir um futuro melhor para as gerações vindouras”, concluiu.

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