A proliferação das tecnologias digitais, a ascensão da inteligência artificial, a democratização do ensino superior e a intensificação da mobilidade interinsular são alguns temas que se entrelaçam no novo livro de Eurídice Monteiro.
Distinguindo-se dos volumes anteriores (“A Ponte de Kayetona”, 2016; “A Praia dos Amores Clandestinos”, 2021), que exploravam o colonialismo e pós-colonialismo, este terceiro tomo mergulha no presente, adotando um estilo híbrido de jornalismo literário.
“O tempo, como nos ensinou Walter Benjamin, não é linha, mas constelação e é nesse entrelaçar de passado e presente que se desenha a tessitura narrativa”, diz a autora.
Evolução literária e processo criativo
Sétimo livro de Eurídice Monteiro e conclusão da trilogia “Em Algum Lugar”, esta obra representa uma aposta na narrativa contemporânea, marcando uma evolução no seu percurso. “Arrisquei na proximidade do presente, onde não há distância para elucidação”, afirma a autora, que iniciou a escrita em Coimbra (2007), interrompeu-a após regressar a Cabo Verde (2013) e retomou-a com “persistência e coerência”.
“Ao longo do meu percurso, tenho transitado por diferentes géneros literários, mas é neste gesto de escuta atenta do mundo em mutação que procuro dar corpo à palavra”, salientou.
Diálogo plural e disponibilidade internacional
Dirigido a jovens e adultos, nacionais e da diáspora, o livro estará à venda nas lojas da editora, em Cabo Verde e no estrangeiro, reforçando o diálogo transatlântico que caracteriza a obra da autora. “Escrevo para jovens e menos jovens, para os que habitam a terra natal e para os que a levam na memória distante da diáspora”.
Eurídice Monteiro é professora universitária, escritora e ativista social, com um percurso marcado pelo cruzamento entre pensamento crítico, compromisso cívico e paixão pela palavra.
Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados.