Grande Entrevista

Em entrevista exclusiva à Voz do Archipélago, o dirigente traçou as linhas orientadoras da sua liderança, com destaque para o investimento nas camadas jovens, a modernização das competições e a melhoria das infraestruturas. Desde logo, a nova direção pretende iniciar o mandato com uma auditoria interna. “É essencial sabermos o que temos disponível em todos os níveis, para que possamos tomar decisões baseadas em factos e nas reais necessidades de cada vertente do basquetebol nacional”, explicou o presidente.

Com uma experiência de seis anos à frente da Associação de Basquetebol de Santiago Sul, Hélder Gonçalves conhece bem os obstáculos enfrentados pelos dirigentes locais. “A falta de apoio e de comunicação da FCBB foi o motor para abraçar este projeto. Formámos uma lista com pessoas competentes, todas com ligação direta ao basquetebol”, sublinhou. Ao avaliar o estado atual da modalidade no país, o presidente reconhece progressos no escalão sénior, mas salienta a necessidade de uma liderança mais forte e de uma seleção nacional melhor organizada. Quanto aos escalões de formação, a situação é mais crítica e exige ações concretas.

“Vamos criar um plano anual de atividades para revitalizar esta base fundamental do desporto”, afirmou Hélder Gonçalves.

Entre as principais medidas para o desenvolvimento de novos talentos, destaca-se a criação de pontos focais em cada ilha. Estes representantes serão responsáveis por acompanhar jogos interzonais, torneios de verão, escolas de iniciação e, uma vez por ano, a organização de um campeonato nacional de formação. “Sem formação, não há futuro para o basquetebol”, reforçou o presidente.

A promoção da modalidade nas escolas e nas comunidades será também reforçada através da comunicação e da mobilização de figuras-chave já envolvidas com os mais jovens. “Já temos um ponto focal definido para este trabalho e será comunicado em breve”, adiantou.

Melhorias nas competições e proximidade com os clubes

Para as competições nacionais, Hélder Gonçalves propõe uma abordagem mais organizada e profissional. Entre as medidas estão o uso exclusivo de transporte aéreo, estadias condignas para os atletas, transmissões em direto, resultados em tempo real e a divulgação antecipada dos calendários. “Queremos que todas as associações conheçam as datas antes do início da época desportiva”, referiu.

No que toca à relação com os clubes, o dirigente defende proximidade e apoio efetivo. “Vamos estar presentes, levando condições, formação e organização para elevar o nível competitivo interno.”

O presidente traça uma meta ambiciosa para o setor das infraestruturas: a construção de uma arena própria. “Pelo nível que o nosso basquetebol já atingiu, deveríamos ter pelo menos dois recintos adequados para acolher competições nacionais e internacionais.”

Também o basquetebol feminino merecerá atenção especial. O objetivo é reativar as seleções sub-16, sub-18 e sénior femininas. “Vamos começar do zero, pois há muito tempo que estas seleções não competem a nível internacional”, afirmou.

Uma visão para o futuro

No final do seu mandato, Hélder Gonçalves espera ver “todas as ilhas com campeonatos a decorrer, associações organizadas e procedimentos uniformizados”. E, claro, a tão desejada arena nacional, que permitirá ao país acolher competições sem limitações logísticas.

A cerimónia de tomada de posse está marcada para o próximo dia 10 de maio, devendo decorrer, em princípio, no Ginásio Desportivo.