
O segundo dia do Kriol Jazz Festival (KJF) deste ano, que acontece hoje, 11, na Praça Luís de Camões, na cidade da Praia, promete uma noite memorável com apresentações de artistas de renome nacional e internacional, dando continuidade a um desfile de qualidade e mestria iniciado ontem, com Dieg, que fez a ponte entre o fim do Atlatic Music Expo (AME), e, logo a seguir, Kriol – Kréyol e Cabo Cuba Jazz.
Mantendo a tradição de oferecer entrada gratuita no primeiro dia do festival, a abertura do certame aconteceu na Praça Luís de Camões (Pracinha de Escola Grande, para os praienses), proporcionando uma noite repleta de fusões musicais e celebrações culturais. Mas, antes de soarem os acordes, KJF prestou homenagem ao saxofonista cabo-verdiano Totinho, falecido no ano passado, reconhecendo sua contribuição significativa para a música nacional.
Foi noite inaugural que se destacou pela estreia do projeto especial “Kriol Kreyol”, uma criação da organização que reuniu as vozes de Boy Gê Mendes e Zuleika, proporcionando uma performance única que celebrou a diversidade da música crioula.
“O mundo inteiro cabe dentro da música de Cabo Verde”, Carlos Matos
Em seguida, o grupo internacional Cabo Cuba Jazz subiu ao palco, trazendo uma fusão vibrante de jazz latino com sonoridades cabo-verdianas, sob a direção de mestre do pianista Carlos Matos, para quem a música desta banda é ainda um conceito em desenvolvimento. “É mistura que cria uma nova linguagem musical, cada um colocando o que é dentro dessa nova música”, explica o pianista cabo-verdiano-holandês, que não vê dificuldade nesta aventura porque “o mundo inteiro cabe dentro da música de Cabo Verde”.
Matos conta que a fissão que marca a música dos Cabo Cuba Jazz nasceu da “curiosidade e vontade” de um grupo de alunos universitários – os membros da banda – de misturar a música de Cabo Verde com a música da América do Sul, nomeadamente Cuba. O resultado é um percurso brilhante, que inclui atuações em festivais de renome, como o North Sea Jazz Festival e o Festival de Jazz de Havana e elogios da crítica especializada.
O álbum “Rikeza y Valor” foi eleito o melhor álbum de world music pelos jornalistas holandeses. Além disso, o grupo foi nomeado quatro vezes para os Cabo Verde Music Awards e teve dois discos selecionados para o Grammy Latino.
Mais um álbum está já na forja. “Temos projeto de um novo disco em 2026, já estamos a gravar, mas ainda não queremos revelar”, diz Carlos Matos, que, entretanto, deixar escapar que “é uma receita dentro do conceito que temos vindo a desenvolver, mas desta vez mais virado para África”.
Dia 2: as atrações
O KJF prossegue hoje, 11, com um cartaz de luxo. Estes são os destaques da programação:
Mário Lúcio: prosador, poeta e músico, o ex-ministro da Cultura de Cabo Verde apresenta um novo projeto em celebração aos 50 anos da Independência do país.
Mário Canonge: pianista da Martinica, traz sua fusão de jazz caribenho e ritmos afro-antilhanos.
Sona Jobarteh: multi-instrumentista gambiana radicada na França, conhecida por ser a primeira mulher a tocar profissionalmente a kora, instrumento tradicional da África Ocidental.
Sixun: A banda francesa de jazz fusion encerra a noite com sua mistura energética de jazz, funk e ritmos africanos.
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