
Durante a mesa redonda sobre “Formação Médica”, realizada ontem, 10 de abril, pela Ordem dos Médicos Cabo-Verdianos, com a participação de especialistas cabo-verdianos, norte-americanos e estudantes da UNICV, ficou clara a necessidade urgente de especializar médicos em Cabo Verde. Ademais, o país ainda carece de instrumentos e estruturas adequadas para a formação médica especializada.
A Associação de Médicos Cabo-Verdianos e Americanos, que foi um dos integrantes da mesa-redonda, destacou o défice que Cabo Verde enfrenta no que diz respeito à formação de especialistas. Júlio Teixeira, membro da associação, afirmou que é urgente especializar médicos no país.
“Formar especialistas em Cabo Verde, para que não dependamos da importação de profissionais de outros países, é a única forma verdadeiramente sustentável de produzir médicos especializados. É também fundamental encontrar mecanismos que permitam integrar os jovens que terminam a faculdade de medicina, muitos dos quais, por falta de opções no país, são forçados a procurar a especialização no estrangeiro,” afirmou Júlio Teixeira.
A mesa-redonda marcou o início do simpósio de dois dias, que decorre na cidade da Praia, sob o tema “A Integração da Robótica e Inteligência Artificial na Saúde: Partilhas e Desafios”. O evento reúne médicos cabo-verdianos e a Associação de Médicos Cabo-Verdianos e Americanos, para debaterem os principais desafios e a crescente necessidade de incorporar a inteligência artificial nos serviços de saúde do país.
O Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, que também participou na mesa-redonda, afirmou por sua vez que o país tem capacidade para formar os seus próprios médicos e que o Governo está empenhado em criar as condições necessárias para isso.
“Cabo Verde tem a capacidade de criar condições para formar especialistas. Cada vez que pensamos em formar um médico fora de Cabo Verde, perdemos médicos. Quando não conseguem completar um ciclo de formação concreto, acabam muitas vezes sem uma especialidade definida,” afirmou Jorge Figueiredo.
O Bastonário da Ordem dos Médicos, Francisco Barbosa Amado, preferiu destacar as vantagens da medicina moderna e a importância da tecnologia na prática médica.
“A inteligência artificial e o uso de robôs na medicina são, hoje, instrumentos de precisão para os médicos. Eles devem utilizar estas ferramentas para ajudar a fazer diagnósticos clínicos mais precisos, detectar doenças de forma mais precoce e ampliar as nossas decisões nas cirurgias,” afirmou Francisco Amado.
O segundo e último dia do simpósio decorre hoje, 11, no TechPark, na cidade da Praia, em Achada Grande.
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