Neste Dia da Mulher Cabo-Verdiana, trazemos-lhe a história da Dona Maria Augusta, confeiteira de mão cheia, não há nada que as suas mãos não conseguem produzir com sabor a delícia. Mas joia da coroa é, sem margens para dúvidas, o seu magnifico pudim de queijo. Tão famoso quando o vulcão, deixa mudos todos que o provam, que não ousam falar enquanto degustam esta iguaria para não desperdiçar nem uma só migalha.
Autêntico cartão postal gastronómico da ilha do Fogo, o pudim de queijo da Dona Maria Augusta tem uma história parecida com a da pipoca na Grande Depressão, nome pelo qual ficou conhecida a grande crise económica de 1929, nos Estados Unidos da América, quando muitos agricultores só conseguiram sustentar as suas famílias vendendo pipoca nas ruas do país.
Assim como esse alimentou, o pudim de queijo surgiu entre as ofertas da padaria da Dona Maria Augusta para ajudá-la a sustentar os oito filhos numa época de grande crise. Hoje, é o destaque da “Padaria Maria Augusta: o nosso cantinho”, como diz o letreiro simples que encima a porta do estabelecimento, na cidade de São Filipe.
Nacionais de passagem, turistas, emigrantes, ninguém resiste a trincar um dos pudins de queijo da Dona Maria Augusta. A receita é especial e está guardada a sete chaves, mas a confeiteira deixa escapar que talvez seja o queijo do fogo que usa, ou talvez porque cozinha os pudins à lenha, que, sem dúvida, dá-lhes um gosto e textura únicos.
Por isso, mais do que justa a condecoração que a Dona Maria Augusta, de seu nome próprio Joana Silva Lima Mendes, recebeu da Câmara Municipal de São Filipe, em julho do ano passado, por ocasião do centenário da elevação de S. Filipe a cidade, onde ela chegou era ainda uma menina (apenas 12 anos), vinda da sua terra natal, Boa Vista.
Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados.