Com Álvaro Ludgero Andrade, em Washington DC
Mais de 70 países deram a conhecer um pouco da sua cultura e gastronomia no 12º Annual Winternational Embassy Showcase nesta terça-feira, 9, em Washington DC, nos Estados Unidos da América. A embaixada de Cabo Verde marcou presença, bem como a empresa Kretcheu, através da venda de camisas da selecção nacional de futebol e do país e também de pano de terra e livros.
Durante cinco horas, foi possível apreciar obras de arte, artesanato, ver e comprar produtos e degustar da comida de várias partes do mundo. O emblemático Ronald Reagan Building and International Trade Center, no coração da capital americana, abriu as suas portas para demonstrações culturais num palco que captou a atenção de todos.
O evento, organizado anualmente pela International Trade Center, e que tem por protagonistas as embaixadas que preparam os seus espaços com recurso a empresas, organizações ou ativistas dos seus países, tem a duração de apenas seis horas, mas constitui um espaço de contactos e uma montra virada essencialmente para diplomatas, comunidades e visitantes locais que procuram “conhecer a cultura e a gastronomia de países distantes”, segundo a norte-americana Linda Smith.
O esposo Michael Smith, também aposentado, surpreendeu-se com a beleza do artesanato de “diferentes países, como Líbano, Kwait, Jamaica, Quénia, Zimbabwe, e também com a diversidade da gastronomia”. Kevin Winston, da Jamaica, disse ter ficado “surpreso com a qualidade do café da Etiópia e do Burundi, até comprei um pacote do Burundi, embora caro”, 30 dólares.
Ao visitar o espaço do Uganda, Mirembe Nabuiso, que vendia chamuças, revelou-me, em voz baixa: “Não conhecia Cabo Verde, me desculpe, mas é a primeira vez que ouço falar desse país, que é africano também”. E completou “ainda vai estar no Mundial, aqui nos Estados Unidos, vai ter o meu apoio”.
Martine Gomes, proprietária da Kretcheu, que marcou presença no evento, estava muito animada a dar a conhecer Cabo Verde e também os produtos. “Está a ir bem”, afirmou Gomes, acrescentando ser um “evento interessante que, no nosso caso, permite a pessoas de todo o mundo conhecerem os nossos produtos e Cabo Verde. Com uma tv no stand que passava constantemente imagens do arquipélago, a movimentação era interessante, com alguns cabo-verdianos a visitaram o local também. Da Embaixada cabo-verdiana esteve presente Paulo Medina.
Konjit Ashenafi, da Etiópia, ofereceu-me um café e perguntou-me se conhecia o seu país. Respondi-lhe que, em 1988, estive duas semanas em Addis Abeba numa formação e que nos últimos 12 anos trabalhei com muitos conterrâneos seus. “Agora, o país está muito diferente, muito melhor do que naquele tempo”, sublinhou Konjit que, de seguida, me mostrou peças de artesanato, pinturas e ofereceu mais café “do melhor que há”, rematou.
Em ano de Mundial de Futebol, não foi apenas o stand de Cabo Verde que destacou a sua seleção. Os argentinos tinham uma enorme foto de Messi com o troféu conquistado no Catar, em 2022. Enquanto eu olhava para a foto, Sergio Rossi provocou “vai-se repetir, agora em New Jersey”, em referência ao local onde se realizará a final da prova em julho do próximo ano. Quando lhe falei de Cabo Verde no Mundial, desejou-me “boa sorte, mas…” e ofereceu-me uma empanada, o clássico pastel argentino.
A organização do Annual Winternational Embassy Showcase considera o evento uma celebração empolgante das tradições culturais e culinárias da comunidade diplomática de Washington. Este festival “oferece um mercado global vibrante, onde mais de 70 embaixadas mostram os seus países através de exposições envolventes de artes visuais, cozinha original, tesouros artesanais e informações sobre viagens e turismo”, conclui o International Trade Center.